No Dia dos Namorados, 12 de junho, a multiterapeuta Iana Meireles, da @vagalumeterapias, falou que estamos à flor da pele. Na live que foi ao ar nos canais da @agdescomplica, ela lembrou que Marte vai enquadrar em Netuno e estaremos menos tolerantes e compassivos. Menos fortalecidos nas emoções, sentindo um certo desamparo. Isso vai nos despertar por uma busca por proteção, amparo e cuidado. Conteúdos amorosos e familiares terão demanda emocional. Uma boa hora para focar em uma meditação, uma prática. De agora em diante, cada vez mais, Netuno nos chamará, para que nos apliquemos mais por uma busca e maturidade emocional e espiritual.
“E semana que vem teremos Mercúrio ficando retrógrado. Se tiver que assinar contratos ou fazer mudanças, só faça até o dia 15″, lembra Iana. E como os ruídos de comunicação estarão fortes, aposte no diálogo. Com todo o cenário que estamos vivendo, esse movimento de Saturno fica mais preocupado com o passado, nos lembrando dos erros do passado. Temos esse cenário de cobrança começando a ficar sério.
Mas isso pode trazer ruídos entre os casais hoje, no Dia dos Namorados? Sim, porque estamos vivendo tempos difíceis para o amor. Quem está no início do relacionamento, está um pouco imune. Quem já passou pela paixonite, realista, vai estar tendo um desafio extra de construir um relacionamento sem cobranças. A ideia de ser diferente. Temos cinco linguagens do amor. Uma delas é dar presentes. A outra é oferecer serviços. Todos temos pelo menos duas como carro-chefe. Quem se conecta com o amor pelo dar e receber presentes, vai ficar mais triste hoje. Traga essa compreensão. Pode compensar com outra forma de presentear sem ser com presente. Limpar a casa inteira, fazer uma comida gostosa, pode ser também. Precisamos descobrir qual é a sua linguagem e qual é a linguagem de amor do seu parceiro ou parceira para não gerar ansiedade ou frustração. Uma dica de leitura é As Cinco Linguagens do Amor, do Gary Chapman.
“Nem todo homem tem a linguagem do amor toque fisico. Tem gente de todo tipo, tanto homens quanto mulheres. A nossa linguagem tem um pouco do arcabouço familiar, da infância, de tudo. Precisamos saber qual a personalidade dominante do outro, ajudando o amor e evitando tretas”, resume a terapeuta.
No quadro Corra para as Montanhas, Iana falou sobre a natureza das relações. Temos uma ideia do senso comum de que somos uma metade de uma laranja e que precisamos de outra metade. Primeira novidade é que somos seres completos, plenos, inteiros. As relações vêm para nos lapidar. Estamos experienciando conteúdos. “Acredito na vida como uma grande jornada de experimentos para atingir a melhor versão de nós e seguir. Gosto muito da metáfora dos seixos que ficam lodosos no fundo dos rios. Já aqueles que ficam nas margens tocam tudo, rolam, vão sendo elaborados pelo contato, mesmo violento. Vão ficando redondos, lapidados. Temos que ser seixos das margens dos rios. Se ficarmos no fundo, nos escondendo, isso ficará mal elaborado e difícil de enxergar. Precisamos do contato, do conflito para evoluirmos. Sendo assim, é importante entender a natureza das relações. Às vezes não é o amor, mais um conflito e por meio dele, vamos evoluir. Nossos maiores inimigos são bons professores para nós. Necessários. Os queridos, amigos, amores românticos também são professores. Normalmente nas relações de mais amor é que vivemos esses conteúdos. Relacionamentos amorosos servem para elaboração de conteúdos profundos, lapidação, crescimento. Depois, para continuação da vida”, explicou.
Iana também desconstruiu a ideia errônea de que o amor nos traz alguém perfeito que sempre sonhamos. Isso é uma construção, um golpe de marketing dado em cima de nós. A primeira ideia é do feminino que as mulheres sangravam e não morriam. Os homens se cortavam, se feriam em guerras e morriam. As mulheres tinham algo divino nelas. Muitas vezes também engoliam a lua cheia, que crescia dentro da barriga delas, davam a luz em uma cópia sua e alimentava essa cópia sua por um ano. Por isso a Terra é mãe. Vai lua, vem lua, as mulheres não ficam prenhas? Se não houver uma noite de amor, não rola a procriação.
Só que aí vamos para outro ponto do pêndulo. A humanidade começa a dessacralizar o feminino. Colocamos a mulher como propriedade. A terra começa a ser dominada como propriedade pelo homem. Ele dessacraliza também a mulher, com o direito à herança. A mulher tem que ser virgem e monogâmica. A mulher torna-se propriedade. Ela vira um produto que serve para reprodução. Sai de um lugar sagrado para um lugar desqualificado. Teve muita morte e repressão. Matam-se as mais velhas, a memória das mulheres. Não sobra quem te lembre que você já foi uma deusa. Está aí a base do que vivemos hoje, do machismo, da misoginia. Todos os adoecimentos têm raiz nisso. Construímos a ideia de que o amor é raro, escasso, que tem que se prender, morrer, lutar para garantir o seu, o amor é para poucos, para os puros e merecedores. Tem que ser sofrido porque ele é precioso. O amor romântico tem que ter uma mulher frágil, que precisa ser protegida por um homem, com um dragão na porta, que é o papel da sogra. O masculino tem que ter o nobre trabalho de matar o dragão e salvar a princesa. O amor à primeira vista acontece e viverão felizes para sempre. As mulheres têm que lutar, se estapear com outras para encontrar o amor. O problema não é querer se casar, mas com esse script de romance. Ele vai me libertar e me dar a vida dos sonhos. Mas casamento não é assim, é uma elaboração da vida, de nós mesmos. Casamos com um espelho da nossa natureza.
Mas o que é a alma gêmea? Tem uma teoria da teosofia, como das mônadas, que são a primeira divisão da fonte divina. Nessa teoria, essa primeira centelha divina se divide em 12 pedaços que se dividem em mais 12. Então, há 144 pedaços que são de uma mesma mônada. Esse encontro, essa familiaridade nos mostra que já nos encontramos antes. A gente se sente bem, se conecta, pois são pedaços como nós. Existem 143 almas gêmeas suas espalhadas pelo mundo. Começamos a pensar que é muito importante sermos quem somos na essência para ter mais chances de encontrar essas pessoas, essas almas gêmeas. Ser quem eu sou, verter minha verdade para o mundo, vai atrair essa nossa alma gêmea. São reencontros do mesmo brotar divino. Podem ser pais e filhos, amigos e amiga, mas também o amor romântico. Iana propõe a prática do Hoʻoponopono para o encontro de nós mesmos.
Há também a chama gêmea. Essa uma chama que se tornam duas, são dois pedacinhos da alma que se dividiram em dois, com uma consciência similar. São aquelas pessoas que se encontram e causam um terremoto. Essa chama gêmea tem um propósito maior, o relacionamento está a serviço do coletivo, de uma missão. É um relacionamento com muita força, com um final muito relevante.
Iana finaliza com uma dica para o Dia dos Namorados: “Aproveitem a energia do dia, vibrem no amor no dia de hoje, com um momento de meditação, o que você é hoje, o que você espera do outro. O que você quer desse amor? Qual o propósito desse amor? O auto-amor, nos enamorar de nós mesmos”.
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