Tivemos ontem (6/5) uma lua cheia de Vesak. É quando ocorre o grande Festival do Oriente e um dos mais importantes festivais da Lua Cheia. Este evento ocorre quando o Sol está no signo de Touro. E ela trouxe a confirmação de que nós ainda não passamos pelo pior, não enfrentamos de frente nossos problemas. É com essa constatação que a terapeuta integrativa, multiterapeuta, Iana Meireles, deu início à live que foi ao ar nos canais da @agescomplica na sexta-feira, dia 8/5.

“Realmente passamos pela lua cheia, que é a iluminação do Buda, vários países asiáticos celebram esse feriado. Toda lua cheia é oposta ao sol, em signos opostos. Sol em Touro é a materialização da vida, pé no chão. Escorpião é o oposto, é a profundidade da água, são as entranhas das nossas emoções. Com o sol em Touro, trazendo a luz solar, teremos um escancarar do que temos mais escondido na nossa psique. Não tem como fugir dos nossos conteúdos sombrios. Mas também temos uma grande possibilidade de entrar em contato com a verdade do mundo e nossa verdade interna. Ela é uma lua que traz compreensão da realidade”, elucida a terapeuta.

Para Iana, esse momento está muito desafiador, mas nossas dores virão junto com nosso crescimento. ao mesmo tempo que temos essa oportunidade de escancarar nossa verdade, teremos nossas dores esfregadas na nossa cara. “Achávamos que o pior já tinha passado. Não, agora que chegamos ao começo do túnel, da parte mais difícil”.

Ela acredita que a percepção geral é de uma onda de melancolia bem latente, percebida tanto de parentes quanto de pacientes. Isso porque tem luto envolvido. “Estamos vivendo um grande luto coletivo do mundo como a gente conhecia, de estabilidade. Esse luto tem que ser processado, conhecido. Além disso, tem o luto de pessoas falecendo de fato. Por mais que ainda esteja distante, ele está no grande inconsciente coletivo. Tem uma certa tristeza, um incômodo emocional. É importante reconhecer e não fugir dela. Quer chorar, chora. Escreve, faz um diário. Tem uma chance desse luto do inconsciente trazer nossos lutos pessoais que não foram elaborados, tem grande chance desses lutos serem engatilhados em nós. É importante olhar esse sentimentos, trazer à tona, não deixar isso ficar grande demais”.

Outra percepção de Iana foi a dificuldade que os casais estão tendo em se relacionar. Muitas vezes a pessoa não podendo nem se expressar porque o seu opressor está do seu lado. Para Iana, é importante, primeiramente, conhecer que essa violência existe. O segundo passo é pedir ajuda. Na perspectiva sistêmica temos uma postura polêmica. Jamais tem uma culpabilização da vítima, mas tem uma dinâmica de violência nos casais e quando essa dinâmica não é rompida, a história se repete, seja com o atual, ou com o próximo relacionamento desta pessoa. Precisamos tratar das mulheres e desses homens agressores. mas precisamos também entender que eles estão também doentes nos seus conceitos de masculino, de relacionamento, de amor, e no conceito de feminino desqualificado.

Para Iana, é importante que a sociedade invista na divulgação nos canais e ferramentas explicando os comportamentos inadequados, violentos. “Infelizmente, precisamos explicar o óbvio. As mulheres terem que explicar o óbvio já é uma violência. Os homens têm que abrir os olhos e as mulheres têm que ter a resiliência de explicar. precisamos desse olhar com vontade de mudar. Precisamos de uma mudança, uma solução urgente para os cenários de violência. Isso não é normal. Temos que começar a criar esse estranhamento e esse choque que o isolamento traz faz as pessoas questionarem”.

A terapeuta acredita que começaremos a questionar os movimentos e tudo o que era considerado normal e agora está sendo questionado porque há mudanças de paradigmas. São compreensões novas sobre as relações nos vínculos amorosos, com igualdade, com todos tendo suas necessidades atendidas. “E não podemos confundir. Igualdade é todos terem suas necessidades atendidas. Não podemos confundir sofrimento com amor. Temos conceitos adoecidos de amor. Antes, os casamentos eram diferentes, o conceito de amor e intimidade eram outros. Tem muitas escolhas dos nossos pais que devemos honrar, mas precisamos conseguir, respeitosamente, escolher fazer diferente do que nossos pais fizeram. Precisamos viver dinâmicas novas de relacionamentos”, elucida.

Mas, na prática, o que fazer? Primeiro é preciso reconhecer que isso está acontecendo, que há uma dor. O segundo passo é olhar para o conteúdo infantil, olhar para a infância, entender a dinâmica das crianças e fazer os sacrifícios do casamento edipiano. Por fim, é suportar a culpa de deixar os pais no sofrimento deles. “Quando entendemos que não somos necessários na vida dos pais, atrapalhamos a cura deles. Eles não precisam de nós. Somos nós que precisamos deles. É requisito obrigatório da vida adulta plena, romper com a co-dependência dos pais”.

De acordo com a Psicologia sistêmica, primeiro vem o casal. Em segundo, vem a relação do casal e, em terceiro lugar, o primeiro filho. Quando os casais se tornam pais, o filho vira prioridade absoluta. “Deixamos de lado o que essa mulher e esse pai eram antes. É uma tentação abrirmos mão disso porque é um amor visceral e é desafiadora essa faceta de sermos adultos. É muito fácil para sermos mãe e pai. Mas ser homem e mulher é desafiador. Ficamos sem saber”.

Segundo ela, os homens acham que têm que proteger, prover. Mas isso é função de pai e não de companheiro. Já a mulher tem que cuidar, nutrir. Mas isso é de mãe e não de mulher. Entendemos o amor de forma equivocada. Esses filhos serão livres. Se os pais estiverem bem, esse filho estará feliz. Filhos querem pais felizes. Então, a dica de Iana é: tirem tempo para olhar para a relação. “Eu sei dos reais obstáculos, sobretudo na quarentena. Mas não tenha medo de cuidar de você. Olhe para si mesmo, se todo mundo ficar escravo de perder o que tem, não vamos mudar nada. Precisamos colocar esses conteúdos agora, neste momento de mudanças. Responda a você mesmo: qual seu propósito, o que você vai fazer? Olhe para sua força e só você tem essa capacidade de lidar com a sua tristeza. Qual seu propósito? Duvide das suas certezas”, questiona.
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