Na live do dia 17 de julho, a multiterapeuta Iana Meirelles (@vagalumeterapias) falou sobre as dificuldades que estamos tendo nos últimos tempos que têm nos causado ansiedade.

No quadro O Céu da Semana, Iana lembrou que a semana que passou não seria moleza. Tivemos no dia 14, o primeiro grande encontro do Sol com os outros planetas em Capricórnio, foi um dia das coisas meio travadas, uma expansão dos obstáculos. No dia 15, tivemos o Sol oposto a Plutão. Foi um dia de não sair da cama, de chorar. Foi um dia mais difícil, de lidar com conteúdos de morte, vida, renascimento, fim.

Ainda estamos vivendo esse trânsito e segunda-feira, dia 20, teremos Sol e Lua em Câncer. Até vou mencionar que o Sol vai representar as lideranças, e a Lua, o grande coletivo, as comunidades e nações. As faturas vão ser cobradas neste dia. Temos um aspecto importante que dominará toda a semana. Povo e liderança cobrando, sendo colocado contra a parede. Ela reivindica, prova, atiça esses conteúdos capricornianos.

Segunda onda
Talvez possamos entender essa segunda onda como uma projeção interna. Não diminui a realidade prática, mas em um primeiro movimento, desde janeiro, o foco era desconstruir essa realidade arcaica, adoecida. Nos obrigou a nos recolher, olhar para dentro, ficar em casa, rever as relações. Mas, ainda estávamos esperando o tempo passar, esperando o tempo voltar ao normal, esperando que tudo passasse. Começamos a entender que há grandes chances de termos que conviver com a Covid e não será temporário. Nos obrigou a desacelerar

Agora, temos que desarticular essas estruturas arcaicas e adoecidas dentro de nós. Estamos já no limite das nossas capacidades de adaptação. Quem é mais ansioso, depressivo, com seu jeito de lidar com essa fadiga adaptativa, é preciso se reorganizar por dentro.


Emoção imprescindível

Sobre o tema de hoje, a ansiedade, ela é uma emoção imprescindível para nós humanos, é natural, é necessária para a nossa sobrevivência, é um mecanismo de defesa da nossa psique, segundo Freud. Ela não é inimiga, é nossa amiga, nos ajuda. Ela é a nossa protetora, está diretamente associada a riscos e perigos. Se tem um perigo ao meu redor, eu fico atenta e uso a estratégia de luta ou fuga. Para decidir se vou fazer luta ou fuga, preciso da ansiedade que me alerta sobre os riscos daquilo.

O problema é nossa visão distorcida desse conteúdo quando aumentamos o real tamanho desse perigo e diminuímos nossa capacidade de resolução. Quando vejo um perigo e falo que não dou conta de lidar com isso, estou me desqualificando e dizendo que esse perigo é grande demais para mim, o que eu faço? Esquivo do perigo, vou para o colo da mamãe e ajo de maneira infantil. Repercutimos de maneira infantil.

Não temos educação emocional
Recomendo uma live que o Dr Tiago Xavier, da Van Gogh Terapias, fez sobre ansiedade e o aspecto psicológico e psiquiátrico. Porque é importante entendermos sobre ela? Para conseguirmos agir sobre. Ela é um mecanismo de defesa que se apresenta quando há um risco iminente. O problema é que somos acostumados a lidar com ela de maneira equivocada. Não temos educação emocional, e isso vem da nossa infância. Não temos esse manejo emocional, precisamos lidar com isso nas próximas gerações. Quando eu não consigo, eu tento controlar o ambiente de forma artificial. Crio um ambiente e passo a querer controlar tudo o que acontece no ambiente, quando o que tínhamos que fazer é lidar com esse perigo. se é que ele é realmente grande. Os medos geralmente são aumentados por nós, supra dimensionamos o perigo.

Como a ansiedade nos coloca conectados a alguma coisa que ainda está para acontecer, no futuro, nós nos focamos em olhar muito mais para o que pode acontecer, como se fosse possível alterar esse conteúdo. Estamos vivendo uma grande seleção da espécie, um salto eletivo e os ansiosos devem sobreviver, que tem um toque. Quem tem mais chances de não se contaminar e morrer. Temos uma estratégia de defesa. O problema é quando usamos isso de maneira a buscar o controle, de maneira adoecida. O melhor inimigo da ansiedade é o controle e o melhor amigo é a criatividade. Ela nos revela uma necessidade.


Como o controlo?

Se tem um risco ao meu redor, analisei e ele é grande. Tem uma raposa chegando. O coelho pensa que tem três saídas: colocar uma cerca na floresta para que a raposa não chegue perto de mim; vou exterminar todas as raposas; ou vou a um lugar seguro onde ela não me alcance. O mais fácil é ir para um lugar seguro. Mas como não conseguimos discernir, pensamos em matar todas as raposas.

Construímos um contexto teoricamente seguro, evitando o contato com o perigo, mas acabamos evitando com isso a vida. O contrário de ansiedade é a apatia, é a não vida. Quem nunca fica ansioso, deve se preocupar também porque tem uma coisa errada. Você talvez não esteja detectando o perigo ao seu redor. Essa não conexão com a vida também é perigosa e adoecida. Precisamos desmistificar a ansiedade, perceber que ela é uma estratégia de defesa, um mecanismo da nossa psique que quer que criemos novas soluções, em vez de tentar fazer o mundo não oferecer riscos. A mudança é interna não externa.

Criatividade e a autotransformação
Nós somos deuses da nossa própria vida. Precisamos entender essa ideia de que o controle é um jeito infantil de quem se desqualifica para lidar com as situações. E a criatividade e a autotransformação é o jeito adulto de lidar com isso.

Mas agora é que entra o irmãozinho que vem junto com a ansiedade, que é o medo do futuro. Que é o motivo pelo qual achamos que não damos conta. É a chave do problema. Primeiro, supra dimensionamos o perigo, nos colocamos como criança. A ansiedade está sempre associada ao medo de não ser aprovado, pensar o que as pessoas vão dizer, se vão me rejeitar. Estamos preocupados com a reação dos outros. Sempre lembrar que a criatividade é a reação de adulto. Não precisa dar conta sozinho, pode ser criativo ao pedir ajuda também.

Objeto de transferência
Nosso estado natural é de paz. Esse estado não pode ser construído, está ali a priori. o que fazemos é uma manutenção dessa paz. Solucionamos esse conteúdo externo para restabelecer a paz. O medo do futuro é um rompimento desse estado de paz. Quando entendemos o futuro, o desconhecido como algo perigoso. Isso está sempre associado à mãe. Tem uma coisa chamada de objeto de transferência. Quando nascemos, nossa mãe é nossa fonte de tudo, se estamos com frio, com fome, com medo, com dor, tudo ela resolve.

À medida que vamos crescendo, vamos nos percebendo como um apêndice da mamãe. Depois, saímos do sensório-motor e vamos para a fase do abstrato. Passamos a entender que não estamos simbióticos com a nossa mãe e começamos a estabelecer esse vínculo com ela. Quando isso acontece, perdemos nosso referencial de segurança, proteção e sustento. Transferimos esse conteúdo para alguém. A criança transfere isso para um símbolo, um travesseiro, uma roupa, uma boneca. É imprescindível porque esse objeto vira nossa mãe. Depois dos seis anos, introjetamos esse objeto e colocamos dentro de nós. Chega um dia que a criança começa a deixar esse objeto. Vai transferindo os conteúdos para dentro dele, introjetando a mamãe, mostrando que ele consegue enfrentar os perigos sozinho. A gente vai se emancipando, entender que a vida é segura. Para uma criança o mundo é perigoso. Para o adulto não deve ser.

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