O que a Economia Comportamental tem a nos ensinar em meio à pandemia que vivemos?  A economista, professora e mestre em Economia Comportamental pelo Center for Decision Research and Experimental Economics (CeDEx) da Universidade de Nottingham, além de coordenadora do primeiro curso de Pós-Graduação em Economia Comportamental no Brasil, Flávia Ávila nos falou sobre as ferramentas que podem ajudar a tomar as decisões de maneira mais racional. 

“Estamos passando por um momento de reflexão. Somos afetados de forma insconciente. Perceber isso e trabalhar de uma forma estratégica será importante para todos. Não temos uma fórmula mágica. Parte do nosso papel é reconhecer com humildade que nunca vivemos o que estamos vivendo hoje, mas que temos pessoas muito inteligentes no mundo todo pensando em uma solução e tentando ajudar, conectados, nos mais diferentes setores”, observou Flávia. 

De acordo com a especialista, nos estudos experimentais, no laboratório, é possível perceber que a maioria das reações humanas é generalizada. “Alguém que tenha um pequeno negócio na esquina tem comportamentos muito parecidos com os do Bill Gates. Existem tendências que são típicas do ser humano. Qualquer pessoa, que tenha outra renda, que viva outra realidade, pode dar insights bastante valiosos para o pequeno negócio, por exemplo. A angústia, o medo, as incertezas são sentimentos presentes em todos neste momento”, exemplifica. 

Flávia também falou sobre as principais aplicações da Economia Comportamental que podem ser usadas no pequeno negócio. Para ela é sempre bom lembrar que todos estamos no mesmo barco. Se a sua loja está com problemas de caixa, você não é o único. “Precisamos trazer lembranças de bons momentos. Mesmo em momentos difíceis, conseguimos transpor as dificuldades. Teremos o jeitinho brasileiro, o de se reinventar, mas de forma realista. É importante que saibamos que será longo. Precisamos nos estruturar internamente. Realizar três cenários: o fechamento da economia por muito tempo, ou por dois meses ou para menos que isso. Pense no que é extremamente essencial”. 

Se preparar para o pior dos cenários pode ser uma saída. Assim, é possível ter uma visão mais pragmática, colocar tudo no papel. “Criar cenários e ver todas as possibilidades ajuda a diminuir a ansiedade e clarear as possibilidade que você tem. Só não demore muito a enxergar a realidade. Tenha um plano B”, ponderou. 

Para Flávia, é possível usar alguns conceitos da Economia Comportamental neste contexto de pandemia. Por exemplo: negligência da probabilidade, efeito manada e viés de confirmação. “O ser humano é muito ruim com números, com probabilidades. Somos facilmente envolvidos por histórias, por grandes números. Por exemplo, cada vida importa. É importante trazer quem são as vítimas, quais são as famílias, as pessoas reais nesta pandemia. Mas somos muito voltados para grandes números, quantos infectados, quantas mortes. No começo da pandemia, achávamos que a humanidade seria exterminada. Quando olhamos de perto, sem os padrões numéricos, enxergamos melhor a realidade”. 

A economista acredita que virada do comportamento se deu quando foi anunciada a pandemia. Quando nomearam, percebeu-se como uma palavra tem força. Começamos a ver números no jornal. Veio o viéis da confirmação, procuramos nos jornais a confirmação de algo do qual já nos decidimos, já temos opinião. “O custo mental da dissonância cognitiva, ou seja, se você tinha uma opinião muito forte antes, e mudou de ideia, esse voltar atrás na sua opinião é muito custoso para o ser humano. Mas não tem problema mudar de opinião. É melhor errar para mais do que para menos”. 

O que já se pode tirar de bom desta pandemia? “É claro que o que estamos vivendo não é confortável. Mas é uma grande oportunidade para repensarmos as relações e nos reinventarmos. O mais importante é termos a valorização da pesquisa e da ciência no nosso país”, resume. 

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Diante da pandemia da Covid-19 que tomou conta de todo o mundo nas últimas semanas, nós da Agência descomplica resolvemos aproveitar essa oportunidade no nosso canal no instagram para fazermos lives diárias com nosso público. A ideia é estabelecer pontes, traçar caminhos de harmonia e diálogo com temas que não só dizem respeito à crise, empreendedorismo, pequenos negócios, mas também de como enfrentarmos esse momento de forma mais equilibrada, tanto financeiramente quanto fisicamente e psicologicamente. 

Gostou do texto? Então, confira o bate-papo completo com Flávia Ávila, no nosso canal do YouTube. Compartilhe, espalhe essa mensagem! Quanto mais pessoas tiverem acesso, mais tranquila e bem informada será a quarentena de todos.  

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