Gatilhos mentais foi um dos temas da live do bate-papo da @agdescomplica do dia 22/5, com a terapeuta integrativa, multi-terapeuta da @vagalumeterapias, Iana Meireles. Os gatilhos são, inclusive, muito comuns, e conseguimos identificá-los com certa facilidade. Iana explicou que os gatilhos emocionais são um congelamento do tempo psicológico. Desde a experiência intrauterina, temos memórias emocionais, tanto positivas quanto negativas. Esses registros ficam impregnados de conteúdo emocional. Todos temos o super-ego, que é uma espécie de guardião da nossa integridade emocional. Ele bloqueia uns dois ou três passos antes àquilo que nos doeu. Ele é pessimista e foca em tudo o que foi sofrido, difícil, tentando evitar que o sofrimento se repita. 

“Sempre dou o exemplo da criança no dia da apresentação do teatro na escola que ele se sente humilhado, erra a fala, gera constrangimento. Dependendo da frequência e da intensidade daquilo, o super-ego começa bloqueando o pânico de palco, depois de pessoas, depois de falar com pessoas, depois de falar. Vai ficando perigoso dois, três passos antes. Ele bloqueia nossas emoções, só que nosso sistema emocional é como o disjuntor da casa, quando cai, caem todas as chaves. No nosso sistema emocional, é o mesmo, todas as emoções são desligadas, ficamos neutralizados. Chamamos isso de dissociação emocional”, explica. 

Nossos gatilhos são, de acordo com a especialista, esses espaços tempo-emocionais que são travados antes do trauma. Dependendo do nosso repertório emocional, despertamos o instinto de luta ou fuga. Dependendo do tipo de medo, reagimos fugindo ou lutando. Quando vemos uma onça, ficamos brancos que levamos todo o sangue para as pernas e corremos. Se não é uma onça, todo o sangue vai para a cabeça para raciocinar o que fazer, em luta. “Tem quem entre em estado de luta diante do gatilho. Tem quem fuja diante do gatilho. Tem ainda quem paralisa, sobrecarrega o sistema”. 

Iana explica como funciona: um evento na nossa memória até os quatro anos de idade, costuma acontecer, o que nos marca se repete na segunda infância e se consolida na adolescência. Esse evento nos causa dor ou paralisia, corremos ou lutamos. “Mas precisamos lembrar que não temos mais quatro anos, não estamos no mesmo cenário, com as mesmas ferramentas da nossa infância”. 

Para a terapeuta, como sempre, temos três passos a seguir. O primeiro passo é reconhecer que temos um problema com aquilo. O segundo passo é a aceitação do seu sofrimento. O terceiro passo é a permissão para transgredir e curar aquilo. Nesse sentido, ela nos passa um dever de casa, que é fazer um diário das emoções. Recomenda que seja no papel, realizando um movimento de catarse ao escrever. A cada dia, ao acordar, você dará um nome ou uma emoção para aquele dia. “Essa é a ideia, assim que acordou, para se perceber emocionalmente. Vai passando o dia, vamos anotando essas alterações durante o dia. O que vamos percebendo com o tempo é que oscilamos muito em poucos minutos. No final do dia, estamos cansados e não sabemos o motivo. Basta olhar o que ocorreu, reler o que foi escrito e você lembrará porque você está irritado, o que aconteceu durante o dia, no trabalho, que fez você explodir em casa. Vamos percebendo que as coisas não acontecem do nada”. 

Para ela, precisamos mapear nossos gatilhos com a consciência emocional, entender de onde eles são engatilhados, porque, assim, podemos ter outros resultados, outros finais. Mas por que anotarmos tudo se essa reação não será igual? Simples: para ligarmos nosso alarme, termos consciência. “Nosso inconsciente é simbólico e não verbal. Uma sensação brota no nosso inconsciente. Assim que ela brota, ele se conecta com a libido como força de vida. A sensação se une a uma força e ganha força energética, e precisa acontecer para virar vontade. Entretanto, enquanto não temos o alívio daquela força, ela fica quicando na nossa cabeça. Só que lá no meio tem o super-ego que bloqueia aquela função, e ela fica tentando passar pelo super-ego. Passamos o dia lutando por um desejo que nem sabemos que tínhamos, causando cansaço. Precisamos identificar esse desconforto, esse cansaço. E temos também que, ao detectar, dar um nome específico, distinguir essa emoção”, observa. 

É preciso jogar consciência nesse sentimento para poder trabalhar o que ele desperta em nós. E ao nomeá-la, tranquilizamos nosso super-ego, damos um recado, mostramos que essa emoção existe, tiramos ela da zona de latência e lidamos com ela. “Observando, anotando, tentando entender, vamos olhar para isso, sempre trago essa dica. Sempre que tiver uma reação não explicada, com alguém ou alguma situação, observe e lide dessa maneira com ela”, finaliza.

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Diante da pandemia da Covid-19 que tomou conta de todo o mundo nas últimas semanas, nós da Agência descomplica resolvemos aproveitar essa oportunidade nos nossos canais para fazermos lives com nosso público. A ideia é estabelecer pontes, traçar caminhos de harmonia e diálogo com temas que não só dizem respeito à crise, empreendedorismo, pequenos negócios, mas também de como enfrentarmos esse momento de forma mais equilibrada, tanto financeiramente quanto física e psicologicamente. 

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